E.M. Prof. Carlos Sodero recebe Eu Tenho Voz na Rede

Nesta quinta-feira (23), o Projeto Eu Tenho Voz na Rede, idealizado e coordenado pela 2ª vice-presidente do IPAM, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, foi apresentado na escola E.M. Prof. Carlos Sodero, em Piracicaba, interior de São Paulo, para cerca de 30 crianças de 9 a 10 anos da 4ª série. Participaram das apresentações a diretora da escola, Celene de Castro, a juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, Flavia Miranda, a artista plástica e procuradora aposentada do Estado de São Paulo, Teresa Cristina Della Monica Kodama, e a psicóloga do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV), Beatriz Braga Lorencini, voluntárias do projeto.

Durante o encontro, com o objetivo de informar e sensibilizar as crianças sobre a violência e o abuso sexual, foram apresentadas duas narrativas em vídeo produzidas pela Cia NarrAr Histórias Teatralizadas, especialmente para o projeto. “A menina invisível” e “Turbulência”, interpretadas pelos atores Daniela Cavagis e Fabrício Zava, retratam situações de abuso sexual vividas por meninas e um menino.

Em seguida a procuradora Teresa Cristina Kodama disse aos alunos: “Vocês não podem permitir que ninguém venha a tocar o corpo de vocês, nas partes íntimas, sem permissão. O corpo é sagrado. Tomem muito cuidado. Se alguma situação desse tipo acontecer com vocês, que incodomar, falem ou denunciem anonimamente no disque 100. É por isso que o projeto diz que todos nós temos voz. Tem de transmitir o que sentem em relação a uma violência ou abuso sexual, ou que sabem sobre outra pessoa, para alguém de confiança. Vocês podem conversar com a professora, diretora, coordenadora, juíza, promotora de Justiça, procuradora, uma madrinha, um amigo. Também podem se dirigir à Vara da Infância e da Adolescência da cidade. Não tenham medo de denunciar. Nós acreditamos em vocês”.

Já a juíza Flavia Miranda reiterou a importância de denunciar os abusos e exigir respeito: “A nossa vida é como a viagem do garoto da vídeo narrativa Turbulência. As vezes o caminho é plano, mas as vezes é preciso enfrentar uma subida íngreme. Nós temos voz, não podemos ficar com vergonha de falar o que acontece conosco. O que é importante é saber identificar uma situação que é normal de uma situação que é anormal,  e que não nos traz alegria e felicidade. Todo mundo tem um dispositivo interno, a medida que você sente uma situação de desconforto, fica triste, não se sente respeitado, então não precisa ficar sozinho e sofrendo. A ideia do projeto é dar a oportunidade para que vocês sejam ouvidos. Acima da nuvem tem sempre um sol brilhando. Vamos atravessar juntos essa turbulência e chegar até o sol. Vamos nos dar as mãos para juntos enfrentar a situação. Não duvidem dessa força interna que cada um de nós tem”.

Por fim, a psicóloga Beatriz Lorencini enfatizou a importância da rede de proteção: “Vamos somar nesse companheirismo, estar ao lado de vocês tanto para falar das alegrias, mas também das situações que nos trazem dificuldade. É preciso confiar nessa rede de proteção como os 4 cavaleiros da paz que nos ensinam solidariedade, diálogo, respeito mútuo e principalmente justiça. Nossa equipe, os professores e diretores dessa escola, estão prontos para viver essa jornada com vocês”.

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