Projeto Eu Tenho Voz realiza apresentações em São José do Rio Preto

O Projeto Eu Tenho Voz do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM) iniciou as atividades do ano com oito apresentações em São José do Rio Preto da peça “Marcas da Infância”, que orienta crianças e adolescentes a se defenderem de situações abuso sexual e psicológico. Realizadas nos dias 11 (quinta-feira) e 12 de abril (sexta-feira) em duas escolas da rede pública do município – E.E. Alzira do Vale Rollemberg e E. E. Prof. Bento Abelaira Gomes –, as apresentações (quatro em cada escola) atingiram 2.400 alunos do ensino fundamental e médio.

Após as apresentações, a 1ª vice-presidente do Instituto e coordenadora do projeto, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, ficou à disposição dos jovens para ouvi-los e nesses dois dias recebeu 57 denúncias, 28 de abuso sexual, 5 de bullying e 24 de violência doméstica e ansiedade causada por violência. É a terceira vez que o projeto volta ao município com a ajuda do juiz da Vara da Infância e Juventude de São José do Rio Preto, Evandro Pelarin, e da psicóloga forense da mesma vara do TJSP, Railda Ferreira Galbiari.

“O abuso sexual é uma questão muito difícil, porque desde o início da carreira nós, juízes, começamos a ter contato com casos de abuso sexual, desde crianças com 2 ou 3 anos até de adolescentes”, explicou a juíza ao falar aos estudantes. “E o mais triste é que, quando nós temos conhecimento do que está acontecendo, descobrimos que na verdade já está acontecendo há muito tempo. Essa criança já está sofrendo há muito tempo e tudo isso poderia ter sido evitado. Por essa razão, quando passamos essas narrativas para os alunos nós queremos ajudá-los. Existe toda uma rede de proteção, como professores, diretores, psicólogos e policiais nas escolas, além de médicos em postos de saúde, juízes e promotores”.

A 1ª vice-presidente do IPAM também sugeriu aos jovens que assistiram à peça: “Caso você esteja em uma situação de violência, ou conheça alguém que esteja passando por isso, procure uma pessoa de confiança – mãe, avó, tia, professor, melhor amigo – para contar o que está acontecendo, porque a violência sexual não deixa uma marca no corpo, mas na alma, e ela dura tanto tempo por dois fatores: o primeiro pelo lado da vítima, que não consegue contar o que está acontecendo (a síndrome do segredo, a vítima se sente culpada ou o acusador ameaça que fará algum mal para a família ou alguém de que a pessoa goste) e o segundo pelo lado do abusador que não vai parar de fazer o que está fazendo e toda vez que tiver oportunidade vai voltar a abusar, porque essa pessoa tem um distúrbio psiquiátrico. Então a única forma de conseguir parar essa situação é quem está sofrendo a violência contar para alguém e procurar ajuda em muitos lugares: na própria escola, no Conselho Tutelar, em uma delegacia de polícia, ou no Fórum de Rio Preto, pedindo para falar com o juiz responsável pela Vara da Infância e Juventude, que se chama Evandro Pelarin, ou com a Railda Galbieri, que é a psicóloga da vara”, concluiu.

Assista aqui  ao vídeo da juíza Hertha Helena de Oliveira falando nas escolas em São José do Rio Preto.

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