A TV TEM, de São José do Rio Preto, noticiou no último dia 14 de agosto que no primeiro trimestre desse ano foram registrados 103 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes na cidade, um aumento de mais de 51% dos casos no mesmo período do ano anterior e citou a importância do Projeto Eu Tenho Voz, do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), que tem levado a informação para crianças e adolescentes das escolas públicas da região de como evitar situações abusivas.
A repórter Monize Poiani divulgou que por meio do projeto Eu Tenho Voz, em parceria com a Vara da Infância de Juventude de Rio Preto, 30 denúncias de crianças e adolescentes em escolas públicas foram encaminhadas após a apresentação da peça “Marcas da Infância”.
Em seguida a coordenadora do projeto, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, falou sobre o projeto. “Essa peça caiu como uma luva dentro do que a gente queria, porque a peça narra três casos de violência, o primeiro de violência física contra a criança, o segundo de violência sexual contra menino e o terceiro de violência sexual contra menina. O Projeto consiste basicamente numa capacitação prévia dos professores, que vão receber o projeto nas escolas. Depois da apresentação nas escolas da peça de teatro, acompanhada pelo juiz voluntário, as crianças são incentivadas a fazer a denúncia de abuso”.
Segundo Hertha Helena a “primeira constatação é que o problema é generalizado, não existe uma região que é mais ou menos afetada, todas as regiões são afetadas. O número de casos que nós tivemos contato por meio das denúncias das crianças era muito maior do que esperávamos e no começa da apresentação do projeto, em 2016, nós tínhamos em torno de 1% a 2% do público que vinha pedir socorro e denunciar, mas invariavelmente em todas as escolas nós recebíamos denúncias. Depois da pandemia esse dado saltou para 5% das crianças presentes vem pedir socorro para algum tipo de tipo de violência”.
A juíza Hertha Helena disse que “cuidar da criança e do adolescente é uma obrigação da família, mas também é uma obrigação da coletividade e do Estado. Isso quer dizer que todos nós somos responsáveis pelas crianças e adolescentes que estão em nosso entorno e para aquelas com quem convivemos. Então temos de ficar atentos aos sinais. As vezes eu tenho um vizinho que a criança chora sem parar, o tempo todo está chorando, e temos de observar o que está acontecendo e conversar com o vizinho, a criança é doente, tem algum problema, identifica o que está acontecendo e se você suspeitar que existe abuso, qualquer tipo de abuso, sexual ou seja físico, denuncie”, finalizou.
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