Projeto Eu Tenho Voz é apresentado em aula aberta em Guarulhos

A 1ª vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, idealizadora e coordenadora do Projeto Eu Tenho Voz na Rede, participou na noite dessa quinta-feira (9) da aula aberta “Prevenção às violências contra crianças e adolescentes: Papel da escola e a importância da rede de proteção integral”, promovida pela Prefeitura de Guarulhos, na qual falou sobre o Projeto e apresentou as narrativas audiovisuais do Projeto.

A aula aberta, realizada on-line e síncrona via plataforma Teams, teve como público cursistas, educadores e educandos da Educação para Jovens e Adultos (EJA) e incentivou a discussão de ações para prevenção da violência contra as crianças e adolescentes e ressaltou o papel da escola para a sua proteção.

A juíza Hertha Helena de Oliveira iniciou sua apresentação detalhando o Projeto Eu Tenho Voz, que surgiu em 2016 com a ideia de atingir a “síndrome do segredo”, que faz com que as vítimas de abuso sexual não denunciem seus agressores. “Nós queríamos chegar até as crianças e tratar da questão do abuso, explicar que aquilo não vai parar, que não é correto, que ela pode pedir socorro e informar quais são os órgãos públicos e organizações onde ela poderia fazer uma denúncia. Mas nós temos uma linguagem muito difícil, muito técnica, para abordar o assunto, então surgiu a ideia de fazer essa abordagem por intermédio da arte”, afirmou.

A dirigente do IPAM esclareceu que a versão presencial do Projeto leva orientação e sensibilização aos alunos da rede pública de educação sobre o abuso sexual de crianças e adolescentes por meio da peça teatral “Marcas da Infância”, especialmente criada pela Cia NarrAr Histórias Teatralizadas, e que conta três histórias: de violência física, de violência sexual contra menino e de violência sexual contra menina. Ao final da peça, os juízes que participam da iniciativa como voluntários falam aos estudantes sobre a importância e as formas de pedir ajuda e denunciar.

Em seguida a magistrada falou sobre a capacitação de professores, que surgiu pela necessidade de prepará-los para receber as denúncias após a apresentação da peça, e sobre a versão on-line do projeto, criada durante a pandemia da Covid-19 para dar continuidade à iniciativa. “A alternativa foi criar essas narrativas em vídeo, para serem exibidas por videoconferência nas escolas, com a presença do juiz também por videoconferência, mas era indispensável que as crianças estivessem presencialmente na escola, mediadas por professores e diretores”, explicou.

Em seguida foram exibidas para os participantes da transmissão as quatro narrativas audiovisuais – “A Fada e a Sombra”, “Menina Invisível”, “Turbulência” e “História de Marias” – e a atriz Patrícia Torres da cia NarrAr, que além da peça produziu também os vídeos para a versão on-line, e que é professora da rede pública de ensino, falou sobre a ação desenvolvida. “É uma alegria fazer parte desse projeto, que oferece uma possibilidade de transmutação das violências que infelizmente ocorrem e se refletem no chão das escolas públicas”, afirmou.

A aula aberta seguiu com a ampla discussão sobre o tema da prevenção à violência infantil, o papel da escola nesse processo e possibilitou que os participantes fizessem perguntas sobre o Projeto Eu Tenho Voz e sobre a versão on-line Eu Tenho Voz na Rede.

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