Na última quarta-feira (27 de agosto), o Grupo Gestor Interinstitucional de Justiça Restaurativa do Território de Heliópolis realizou na Escola Estadual Alexandre de Gusmão, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, o último encontro de Supervisão destinado a facilitadores de Processo Circular.
O Grupo Gestor conta atualmente com a participação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), da Diretoria de Ensino da Região Centro Sul, da Supervisão Técnica de Saúde do Ipiranga (STS Ipiranga), do Conselho Tutelar do Sacomã e da UNAS – União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região. A formação faz parte do Projeto de Expansão da Justiça Restaurativa em Heliópolis 2024-2025, que novamente é realizado em parceria com o Instituto Paulista de Magistrados (IPAM).
Segundo Renata Zarantonelli Barbosa, integrante do Grupo Gestor local e uma das coordenadoras do curso, “com essa etapa, a formação, feita em parceria com IPAM, foi concluída, mas o vínculo, a motivação dos participantes para continuar construindo ações que visem a transformação da convivência foi tão forte, que eles estão combinando de seguir se encontrando mensal, bimestralmente, para continuar fomentando a Justiça Restaurativa. Esse foi mais um passo importante para seguirmos na implantação das ações no Território de Heliópolis, que continuam sendo planejadas e fomentadas pelo Grupo Gestor. Ainda há muito a ser feito”.
Abaixo os depoimentos dos participantes sobre a formação:
“No dia a dia todos nós vivemos com as transformações do cotidiano social que faz com que cada indivíduo busque inovações na forma e na maneira de se relacionar. O curso para mim traz interação e motivação para escutar, sensibilizar e transformar comportamentos”, diz César Augusto Cândido Xavier, diretor da Escola Estadual Alexandre de Gusmão, onde os encontros foram realizados.
“O curso foi uma experiência de grande aprendizado. O que foi compartilhado contribui e continuará contribuindo não apenas na minha atuação profissional, mas também na vida pessoal, pois traz reflexões importantes sobre mim mesma e sobre a forma como me relaciono com o outro. Muitas vezes estamos condicionados a reagir de forma defensiva, pensando apenas em como uma situação nos afeta, sem perceber que ela também impacta o outro. No campo profissional, a Justiça Restaurativa nos convida a olhar para os atendimentos e conflitos de maneira mais humana, buscando compreender as necessidades envolvidas, sem reduzir a questão a quem está certo ou errado”, Mikaelle de Jesus Mendes, do Centro de Crianças e Adolescentes (CCA Lagoa).
“As formações de Justiça Restaurativa oferecem um respaldo muito significativo para quem está na linha de frente, no chão da escola, lidando com conflitos e situações de vulnerabilidade, tanto de estudantes quanto de professores e toda a comunidade escolar que nos cerca. Receber as orientações e o treinamento na prática, com as diretrizes e elementos do círculo, somados às práticas da CNV (Comunicação Não Violenta), por meio de metodologias e abordagens de fala e escuta, foi uma experiência extremamente enriquecedora e transformadora”, relata Sônia Moreira Bento, professora coordenadora da Escola Estadual José Escobar.
“O processo de continuidade do curso para Facilitadores de Círculos Restaurativos, foi de fundamental importância, tanto pela qualidade dos encontros propostos quanto pela retomada das temáticas que constituem a base da abordagem metodológica. A integração entre os diversos participantes também foi extremamente relevante, partindo da perspectiva de nucleação de um grupo de facilitadores que estreitaram ainda mais seus vínculos, com o objetivo de dar continuidade à aplicação e execução dos aprendizados no pós-curso, considerando as diversas realidades de atuação, fomentando e multiplicando o conhecimento adquirido. Sou extremamente grato pela oportunidade de participar do curso e por todo o suporte técnico e acolhimento ao longo de todo o percurso. Saio muito diferente de como entrei e com uma profunda compreensão da importância dos Círculos de Paz e da Justiça Restaurativa, diz Wallace Lopes França, da UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região).
