A primeira apresentação on-line do Projeto Eu Tenho Voz na Rede para alunos de escolas da rede pública aconteceu nesta quinta-feira (12), em Piracicaba, interior de São Paulo. A idealizadora e coordenadora do projeto, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, 2ª vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), conversou com a professora Jessica Rodrigues Lopes e com 30 alunos da 5ª série da E. M. Thales Castanha de Andrade. E o encontro contou também com as presenças das juízas Vanessa Vaitekunas Zapater, da 15ª Vara da Família e Sucessões do Foro Regional de Santo Amaro (SP), Flavia Poyares Miranda, da 28º Vara Civil do Fórum Central do TJSP, Tatiane Moreira Lima, do TJSP, e da artista plástica e procuradora aposentada do Estado de São Paulo, Teresa Cristina Della Monica Kodama.
O objetivo dessa etapa do projeto foi informar e sensibilizar as crianças sobre a violência e o abuso sexual, utilizando a apresentação de duas narrativas em vídeo, “A Menina Invisível” e “Turbulência”, produzidas especialmente com essa finalidade pela Cia NarrAr Histórias Teatralizadas. A primeira, apresentada pela atriz Daniela Cavagis, conta a história sobre abuso sexual contra meninas e a segunda, com o ator Fabrício Zava, é sobre abuso sexual contra meninos. Após a conversa, os participantes colocaram-se à disposição para conversar reservadamente, caso alguma criança quisesse fazer uma denúncia.
“No período de pandemia houve muitos casos de violência contra a criança e isso é muito triste. Os professores têm uma preocupação permanente com seus alunos e com questões como a violência e o abuso sexual. É preciso romper esse ciclo de violência. Sempre existe a história de guardar o segredo e a ameaça por parte do abusador. O abusador não para de praticar o abuso. Isso só termina quando é parado. Uma pessoa assim é doente, não consegue parar enquanto não for parado nesse instinto perverso que tem. Vocês devem ter visto na mídia que crianças morreram porque foram agredidas por seus pais. A violência vai aumentando e pode levar a criança à morte. E estamos aqui para ouvir e ajudar”, alertou Hertha Helena.
“Não se pode ficar em silêncio. Temos de enfrentar os nossos medos e é importante se fazer a denúncia e, se souberem de algum caso ou de algum amigo, não deixem de denunciar”, enfatizou a procuradora Teresa Kodama.
“Todos nós temos um dispositivo interno que nos mostra uma situação desagradável. Se não falarmos o que estamos sentindo, como alguém vai adivinhar?”, questionou para os alunos a juíza Flavia Poyares Miranda, que acrescentou: “A nossa missão é ser feliz, ninguém nasce para ficar sofrendo, tem de ser criança, brincar. O Eu Tenho Voz dá o direito de todos falarem. Fiquem tranquilos, nós estamos aqui para ouvir vocês e darmos garantia de que o que está incomodando vai ser resolvido”.
Participou do encontro também a atriz Vânia Lima da Cia NarrAr Histórias Teatralizadas. O Projeto Eu Tenho Voz na Rede será apresentado em mais 9 escolas de Piracicaba e o próximo encontro on-line ocorrerá nesta sexta-feira (13).
Assista a apresentação aqui.