Aumentam casos não denunciados de violência sexual infantil na pandemia

A presidente do IPAM, juíza Tânia Mara Ahualli, e a 2ª vice-presidente, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, voltaram a alertar para um provável aumento da subnotificação dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes durante a pandemia.

O Ministério Público do Estado de São Paulo, o Instituto Sou da Paz e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) acabam de  divulgar um estudo aprofundado sobre os impactos do isolamento social na ocorrência e na notificação da violência sexual contra crianças e adolescentes, e a conclusão é que a subnotificação está aumentando”, afirma a juíza Tânia Ahualli.

Para a juíza Hertha Helena Padilha de Oliveira, que é idealizadora e coordenadora do Projeto Eu Tenho Voz do IPAM, a análise dos dados do estudo, divulgado pelas jornalistas Mariana Kotscho e Roberta Manreza em seu site Papo de Mãe, “aponta para uma queda brusca no número de casos registrados de estupros de vulnerável em relação a 2019, mostrando que as medidas de distanciamento social adotadas para prevenir a transmissão da Covid-19 mantiveram crianças mais tempo em casa, e é justamente dentro de casa que elas são vítimas de violência sexual”, afirma a magistrada.

O estudo do MP de São Paulo, Instituto Sou da Paz e Unicef registra que mudanças no comportamento criminal e na incidência de violências foram observadas em diversos contextos e países, provavelmente relacionadas à situação de isolamento social adotado como meio de contenção da pandemia. “Como diz o estudo, as pesquisas de vitimização indicam que os registros policiais mostram apenas a ponta de um iceberg de violações que ficam ocultas nas estatísticas oficiais”, afirma a juíza Tânia Ahualli.

“Como esses casos contam normalmente com baixíssima notificação, já que as vítimas desse tipo de abuso têm medo de contar o que está acontecendo em casa, é importante alertar para o risco de aumento da subnotificação dos crimes sexuais contra as pessoas mais vulneráveis, que são as crianças e os adolescentes, e que atualmente estão presas em casa com seus algozes”, afirma a coordenadora do Projeto eu Tenho Voz, que em seu alerta destaca a importância de que os casos de crianças vítimas de violência física, sexual, psicológica ou negligência familiar sejam denunciados.

“O IPAM acaba de lançar um novo hotsite do Projeto Eu Tenho Voz, onde as denúncias podem ser feitas ou por telefone (11) 3105-9290, assim como pelo email: eutenhovoz@ipam.com.br, ou pelos demais canais de denúncia governamentais disponíveis na própria plataforma do projeto”, finaliza a juíza.

Acesse neste link a matéria sobre o estudo.

 

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