IPAM Talks entrevista a advogada e mediadora Célia Regina Zaparolli

No 9º episódio do IPAM Talks, podcast produzido pelo Instituto Paulista de Magistrados (IPAM), a entrevistada é a advogada e mediadora Célia Regina Zaparolli, que fala sobre a contribuição do Judiciário e dos operadores do Direito para a inclusão social por meio da adoção de métodos consensuais de solução de conflitos e de conciliação em contextos de violência e no âmbito interfamiliar e de gênero, além da formação e aperfeiçoamento dos magistrados para implementação desses processos.

Célia Regina Zaparolli é graduada em Direito e mestre e doutoranda em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Idealizadora e coordenadora do programa Íntegra, Gênero e Família, a advogada é professora e formadora de mediadores e conciliadores na Unicamp, na USP, no IPAM e na Associação de Advogados de São Paulo. É também coordenadora do tema na Escola Superior da Advocacia da OAB de São Paulo, na qual foi conselheira na gestão 2022/2024, tendo sido eleita para a gestão 2025/2027. E vice-presidente fundadora da RIMI – Rede Internacional de Mediação Interdisciplinar, além de sócia da CAMIE – Câmara de Arbitragem, Mediação, Interdisciplinar e Empresarial.

“Nós, operadores do Direito, costumamos acreditar que o mundo orbita no processo. Mas o processo deveria ser exceção, a última porta, e passou a ser a primeira, depois do 190. Adentrar ao Judiciário não significa acesso à Justiça. Muitas vezes os cidadãos ajuízam ações, mas não obtêm ou não entendem o acordo firmado, podendo criar novos conflitos que geram novos processos, explica Zaparolli.

Segundo a advogada, em 2022, quando ministrou um curso de formação de mediadores no IPAM, “falei aos alunos que o Judiciário, nessas idas e vindas, passa a ser resultado de não se reconhecer no sistema de Justiça uma base segura, previsível, confiável, republicana, mas apenas as pessoas utilizarem o Judiciário como um mal inevitável. Nós, em nossas atitudes éticas diárias, entendendo as adversidades, inclusive para modificarmos esse sistema de Justiça para que seja cada vez melhor, fazemos parte do que significa a Justiça em um mundo mais justo, com sujeitos mais éticos que queremos formar”, acrescentou.

A mediadora falou também do projeto Íntegra, Gênero e Família. “O projeto Íntegra foi criado em 2001 de segmentos dos movimentos feministas e de doutrinadores da mediação, porque acreditava-se que mediação não se poderia praticar em contextos de violência. E hoje, para nossa alegria, temos enunciado o 23º Fonavid – Fórum Nacional de Juízes e Juízas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – que admite a mediação em temas subjacentes ao crime, porque o que se medeia é o conflito e não o resultado criminal. Acima de tudo, o que nós temos de reconhecer é que o projeto Íntegra é feito com o voluntariado”.

Ouça o podcast completo aqui.

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